quarta-feira, 9 de março de 2011

Uma conversa direta sobre o atendimento na ponta para a perícia

Com o objetivo de falar diretamente com o eleitor da ANMP sobre os assuntos que realmente são de interesse da categoria, em um bate-papo aberto, franco e direto, os integrantes da CHAPA 1 – UNIÃO, deram início à divulgação das respostas para algumas perguntas enviadas pelos associados/eleitores. A  primeira seleção de perguntas foram um dos temas mais preocupantes: O ATENDIMENTO NA PONTA.

Para falar deste assunto, ninguém melhor que o suplente de delegado da GEX São Paulo-Centro e candidato a diretor primeiro secretário na Chapa, Dr. Miguel Tabacow. Perito de ponta, que entende como ninguém os problemas dos colegas que atendem direto à população.

Miguel Tabacow é formado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina em 1977. Residência Médica em Pediatria pela Escola Paulista de Medicina. Mestrado em Pediatria, MBA em Economia e Gestão em Saúde pela CPES- UNIFESP em 2005. Especialista em Pediatria pela AMB e SBP; Pediatria com habilitação em Neonatologia pela AMB , CFM e SBP; Pediatria com certificação em Terapia  Intensiva Pediátrica pela AMB, CFM e AMIB; Nutrição Parenteral e Enteral pela SBNPE, AMB e CFM.
 

Eleitor: O que se pode fazer para melhorar as condições de serviço para os peritos que trabalham na ponta?
Tabacow: As medidas emergenciais para promover a melhoria das condições de trabalho dos peritos na ponta são várias, dentre as quais a imediata adequação do agendamento para a atual capacidade de realização de perícias, o que evitaria o deslocamento dos segurados para as APS sem o efetivo atendimento, com tumultos frequentes e geração de remarcações que geram clima de agressividade dos segurados em próximas perícias.  Temos observado que o número atualmente agendado está muito acima da real capacidade de atendimento.Além disto, a urgente reavaliação e correção das condiçõesfísicas de trabalho por mal estado das instalações das agências, falta de insumos e materiais médicos, falta de condições de segurança e limpeza, pressão por parte dos gestores para realização de tarefas acima da capacidade para sua realização, levando à condições insatisfatórias de trabalho e gerando contribuindo ainda mais para comprometer a capacidade instalada de atendimento. 
Quem atende na ponta sabe que o trabalho na ponta em atendimento ao  público acima de 6 horas é extremamente desgastante e penoso. Além destas, o urgente aumento do número de peritos concursados em exercício, de forma a absorver a demanda em condições satisfatórias para um atendimento de qualidade, é um objetivo a ser perseguido de forma o mais urgente possível.



Eleitor:18 perícias em seis horas são factíveis como faz sugerir o governo?
Tabacow: Sem dúvida alguma, para que efetivamente as perícias médicas sejam realizadas dentro de um padrão satisfatório, com identificação, anamnese, análise de laudos, exames, tratamentos prescritos, antecedentes médicos periciais e indeferimentosanteriores no sistema, exame físico e psiquiátrico detalhado, elas demandam um lapso de tempo que é variável em cada caso. No passado já vimos peritos realizando números de perícias até superiores a 18 por dia, com laudos médicos de qualidade questionável. Hoje com o Movimento de Excelência, amparado pelas Instituições Médicas e pela Justiça, temos total apoio para nos dedicarmos à nossa atividade no ritmo que nossa autonomia demandar, para que realizemos uma atividade de qualidade, dentro do nosso horário de trabalho, gerando benefícios à Instituição e diminuindo o retrabalho. A questão do agendamento é responsabilidade da Instituição e cabe a ela, da melhor forma, o equacionar. Se o atual quadro de peritos em algumas gerências é insuficiente para atender a demanda, a Instituição deve de forma urgentíssima rever a questão, porque tal questão é de sua responsabilidade.


Eleitor: O senhor que acompanha de perto os  problemas da maior APS/BI do país, o que acredita ser necessário para melhorar o atendimento ao público e as condições de trabalho? O senhor acredita que o sistema de APS/BI funciona?                            Tabacow:  A APS BI SP quando do início de seu funcionamento há cerca de três  anos, veio a servir como uma grande fábrica de perícias, com cerca de 40 peritos na ponta, com grande investimento do INSS para sua instalação.  Instalada em prédio antigo e reformado, adaptado para seu funcionamento, tem como pontos favoráveis suas dimensões, o fluxo de segurados, e a preocupação com segurança, o que não impede, vez por outra, agressões verbais e físicas a administrativos e peritos. 
A preocupação com segurança, antes focada em armas brancas e de fogo, agora tem como foco os líquidos  (inflamáveis e corrosivos) em frascos portados por segurados. Observamos muitas falhas quando da substituição de serviços terceirizados de limpeza e segurança por ocasião de trocas de empresa prestadora destes serviços, o que em APS do porte da BI seja fator de maior gravidade se comparado com agencias de menor porte. Claro que em muitos pontos há o que ser feito como melhora do g erenciamento e capacitação de todos os servidores, o que incluiria peritos, e os serviços  terceirizados de limpeza e segurança. Com todos os pontos acima citados, em comparação com APS menores da Gerencia São Paulo Centro, as condições de trabalho são muito melhores, pelas condições físicas e fluxo de segurados, uma vez que em várias APS os consultórios abrem suas portas diretamente para o saguão da APS, com livre acesso aos segurados após a perícia para questionar ou agredir aos peritos, o que não acontece na BI SP.  Saliento ainda que cada APS BI tem suas peculiaridades, mas sem dúvida a de São Paulo tem um papel fundamental por sediar o trabalho de um grande número de peritos, sendo que em ou tras APS da mesma gerên cia, no momento, temos mais peritos do que salas para realização de perícias.






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